Sobre as saudades

Sinto saudade da terra vermelha de Angola… das tardes a cavalo na praia… de dormir abraçada a minha pastora alemã… de acordar com o nariz molhado do meu Chorão… das alertas de defeitos na música da minha Daisy… saudades dos meus animais…

Sinto saudades das noites passadas na praia… das noites a brincar com o meu tio emprestado e melhor amigo… de fazer bolos de madrugada… de não me importar com as regras…com o que acham… com o que é supostamente certo…

Sinto saudades de dançar à chuva… de cantar com a janela do carro aberta…

Sinto saudades de ser criança… de me divertir como uma criança… saudades de querer crescer…

Sinto saudades do meu avô paterno… que não sabia dar mimos…mas que era o melhor companheiro para as lutas de rua…

Sinto saudades de fazer dança do ventre numa velha cripta com a melhor das amigas… a irmã de alma… a companheira de loucuras…

Sinto saudades de dançar kizomba com o maior dos dançarinos… que para ele e por ele serei sempre a sereia no mar… Sr Paulo…pescador de 60 anos… uma historia de vida em cada marca…

Sinto saudades da minha terra… do cinzento do ar… dos pregões do Bolhão… das gargalhadas…até dos palavrões ditos com a inocência de quem os usa normalmente…

Sinto saudades do meu avô materno… o meu mestre na ciência da medicina alternativa… tantas saudades…

Sinto saudades…

Já vivi coisas maravilhosas que deixaram saudades…porque a saudade quando é boa não doí… faz sorrir!